quarta-feira, 16 de setembro de 2015

O MISTERIOSO ROMANCE DE SETE SÉCULOS


CAPÍTULO II 


Depois daquela última sexta-feira, ou poderíamos dizer, a primeira oportunidade que Carlotta teve de se aproximar do rapaz de cabelos escuros, ela não exitou em se esforçar para construir uma amizade com ele. E já que eles sempre se viam no mesmo lugar, a garota despertava inúmeras questões do interesse de Da Vinci (como, arte, astronomia e voo) para atrai-lo. E até então, parecia estar dando certo.

No domingo daquela mesma semana, após sair da missa, Carlotta viu Leonardo (Leonardo Di Ser Piero Da Vinci) sentado e escrevendo num corredor da vila em que ficava a igreja. Ele acenou, e ela, discretamente, para que o seu pai não a visse, foi até o Leonardo. Eles foram breves, na verdade ele só convidou a garota para ver um de seus experimentos, naquela tarde. Ela aceitou, muito entusiasmada. 
Leonardo e Nico (seu amigo, Nicolau Maquiavel) chegaram primeiro ao Jardim do Villa San Michelle em Fiesole,  local onde marcaram de se encontrar. Logo depois, Carlotta chegou e assistiu ao espetáculo do grande maestro.

 Ele tentou produzir um instrumento de voo, mas seu teste foi mal sucedido. Por fim, eles aproveitaram o resto do tempo para conversarem e a garota, nada tímida, perguntou se Leonardo já havia se apaixonado. Ele respondeu, sem demora, que não, que nunca havia sentido arrepios por uma mulher. A não ser Lucrezia. E Nico sabia muito bem, o quanto aquela mulher mui formosa, o atraia. Mas Da' Vinci negou e deixou claro que seu único amor era pela arte, seus estudos, e claro, pelo mistério do Livro das Folhas. 

Carlotta se desapontou , mas não desistiria tão fácil. 

O tempo deles estava acabando, logo se despediram. Mas aquela despedida foi diferente e um tanto assombrosa, comparada as outras. Como a menina tinha o hábito de dizer "ciao" (tchau), olhando nos olhos das pessoas, então olhou profundamente nos olhos de Da' Vinci, e além de escuridão, acreditou ter visto um reflexo luminoso em formato de triscele (antigo símbolo grego) passando duas vezes pelo olho esquerdo de Leo. Foi rápido, tão rápido que poderia ser neuroses de sua cabeça. Carlotta piscou muito forte, contraindo ao máximo seus olhos e de repente, quando abriu, ela estava em sua casa. Foi como se ela nunca tivesse saído de lá. Foi basicamente um despertar de uma longa noite de sono. A menina ficou confusa, chorou, chamou sua serviçal e perguntou se ela viu Carlotta chegando em casa; e a serviçal disse que era manhã, de uma sexta-feira de 1478 e que a garota acabou de acordar. 


Havia se passado um ano daquele encontro, como Carlotta calculou, mas ela cria com todas as suas forças que ela estava com ele há alguns minutos atrás. E ela estava certa! Quando sentou novamente em sua cama, encontrou um dos rascunhos que destacou do caderno de Da' Vinci, naquele dia. 


A menina mais sábia da família Pazzi nunca sentiu tanto medo em sua vida. Ela não sabia o que dizer ou como explicar. A unica saída que ela tinha em pensamento, era procurar por Anna no próximo dia e contar tudo o que viveu, e esperar alguma resposta cabível da vendedora. Já que nada estava fazendo sentido. 

Carlotta terminou aquele dia trancada em seu quarto e com duas questões aterrorizando sua mente: 
Quem é Leonardo Da' Vinci? E o que aconteceu em Fiesole?
Ela temia as respostas, mas a excitação pelo misterioso no olhar do maestro a dominava ainda mais.

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